Na véspera do lançamento do segundo número de Assim na Serra Como no Céu em Farroupilha, o Jornal Informante destacou a importância da memória da cidade para benefício do cidadão.
E foi destaque no caderno Inside.
Menu
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
sábado, 28 de setembro de 2019
Uso dos quadrinhos na sala de aula
Um dos objetivos da HQ Assim na Serra Como no Céu é auxiliar o aprendizado sobre a história da nossa cidade. Estar presente na sala de aula e contribuir com o conhecimento da gurizada é uma enorme satisfação.
Postagem no blog da Biblioteca Pública Municipal de Farroupilha - Olavo Bilac em 10/09/2019.
BIBLIOTECA PÚBLICA VAI À ESCOLA
A turma do 4º ano, da professora Cleusa Maria Casarottodo, do Colégio Estadual São Tiago está desenvolvendo o projeto de leitura, sob o tema "história do Município de Farroupilha", que tem como objetivo principal conhecer através da leitura a história de Farroupilha. Através de pesquisas, na biblioteca da escola, nas famílias e em materiais disponíveis é realizado a leitura e a compreensão do texto através de diálogos, debates, vídeos, confecção de maquetes e histórias em quadrinhos.
A Biblioteca Pública incentivou este brilhante projeto através do empréstimo dos livros infantis, A chegada dos imigrantes: assim na serra como no céu, do escritor Eduardo Luiz Cardoso.
Parabenizamos a turma do 4º ano e a professora Cleusa Maria Casarotto, pela iniciativa de desenvolver este curioso projeto de leitura que resgata a nossa história.
Link da matéria: http://bibliopublicaolavobilac.blogspot.com/2019/09/biblioteca-publica-vai-escola.html
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
A POLÊMICA DO ROSTO DA ESTÁTUA DA SANTA
A HQ trata do conceito de beleza e leva o leitor a questionar seus critérios ou padrões pré-determinados |
Desde que a primeira estátua de Nossa Senhora do Caravaggio foi construída a polêmica sobre o rosto se instaurou em Farroupilha e na região. A discussão na comunidade era sobre a aprovação do rosto da santa. A estátua havia sido inaugurada em 2008, no início da Rodovia dos Romeiros, tinha 8 metros de altura e custou aos cofres públicos a bagatela de R$ 179 mil em valores da época.
Primeiro rosto da estátua |
Após muito barulho, resolveram alterar o rosto da santa. Contrataram novo artista e, mantendo o mesmo corpo, apenas o rosto foi alterado. Pela segunda vez, o rosto gerou polêmica, muita gente não gostou. Porém, esta segunda versão permaneceu por mais alguns anos. Em dezembro de 2015, a estátua completa foi removida do seu pedestal da rótula da RSC-452 e foi transferida para um jardim aos fundos do Santuário de Caravaggio.
Segundo rosto da estátua |
Como o transplante do rosto não funcionou, decidiu-se pela construção de uma nova estátua. Voluntários se dispuseram a doar materiais como cimento e tinta para o que seria a terceira tentativa. Esta estátua possui 5 metros de altura, menor portanto, para se adequar ao espaço que a acolhe, na rótula da RSC-453. A estrutura é revestida de ferro e concreto. As posições da santa e da Joaneta oferecem uma ideia de interação entre elas, algo que não havia na versão anterior. A nova estátua custou R$ 60 mil (valores de fevereiro de 2018) e foi captado pela equipe do Santuário, através da venda do Manual dos Devotos.
Estátua nova com o terceiro rosto |
Para se construir uma estátua de qualidade, é necessário talento especial. Não é qualquer artista que consegue uma reprodução humana perfeita em uma escultura. Quando se quer produzir um material artístico, não se pode escolher o artista por critérios financeiros. Quando a escolha se dá unicamente por critérios financeiros, corre-se o risco de ter resultados desastrosos, como estes exemplos.
O critério mais importante na escolha do artista para a obra se dá pela sincronia entre o que o cliente quer como resultado e a produção e experiência do artista naquele estilo. Os valores podem ser negociados depois. Analisando em retrospectiva, percebe-se que teria valido a pena investir R$ 200 mil na primeira vez em uma obra que agradasse a maioria. Talvez até fosse interessante que a comunidade conhecesse um protótipo da obra para que julgasse o resultado antecipadamente.
Veja o meu exemplo: como artista amador de quadrinhos, se eu criasse uma HQ de super-heróis, provavelmente seria um desastre. Meu estilo de traço é diferente, meu estilo de narrativa é outro, só sei que o resultado seria um tanto quanto estranho. Ou pelo menos, eu levaria uns bons 10 ou 15 anos para me aperfeiçoar em outro estilo. Quem é que vai esperar tanto tempo por algo assim?
Sobre a beleza
Toda esta polêmica leva a pensar sobre a interferência do gosto ou da estética na vida cotidiana e na coisa pública. Não se pode considerar o gosto pessoal como critério avaliativo. Jamais haveria consenso e as polêmicas seriam eternas.
Pode-se, no entanto, apelar para a estética ou critérios artísticos para uma avaliação técnica mais justa. Mas, o que é o belo? Como determinar aquilo que é belo e aquilo que é feio?
Ao considerar a história da arte, percebe-se que o padrão de beleza, principalmente a beleza feminina, direcionado à aparência física da mulher, muda conforme a época. A beleza, através do tempo, foi vista como harmonia na forma através da simetria e da justa proporção, como beleza ideal, espiritual, útil e funcional. Ao lado do belo se criou o conceito de feio como sua antítese. Uma desarmonia em relação às regras da proporção.
As duas capas dos livros de Humberto Eco |
Humberto Eco afirma que há dois problemas nisso: o primeiro é a ação de tornar o inimigo feio para que todos possam odiá-lo. E o segundo é quando o outro é feio e, portanto, deve ser odiado por causa disso. Estes livros mostrados na imagem fazem um resgate histórico dos dois temas em profundas análises.
A capela dos ex-votos
Para a HQ, fotografei a igreja de vários ângulos, pois precisaria reproduzir cada detalhe do prédio e considerar o desenho da decoração sacra do interior. A partir destas imagens, desenhei os cenários da história, que acontece em sua maior parte, dentro da igreja, no processo de exorcismo.
Existe ainda a história do relógio que foi construído a mão por um morador local em 1900 (ou 1932 conforme inscrito no relógio). Esta história pode render uma outra HQ.
A capela foi inaugurada em 1895. |
Antes da reforma, estas paredes estavam repletas de imagens de fiéis que agradeciam à Nsa. Sra. de Caravaggio por graças alcançadas. |
Campanário |
Existe ainda a história do relógio que foi construído a mão por um morador local em 1900 (ou 1932 conforme inscrito no relógio). Esta história pode render uma outra HQ.
Esta seria a suposta janela por onde o diabo escapou. Foi reformada, não é mais a original. |
Minha versão da igreja |
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
A LENDA DO EXORCISMO EM CARAVAGGIO
Meu primeiro contato com a história do exorcismo ocorreu em uma visita da escola ao santuário. Naquela manhã, todo o colégio caminhou do centro da cidade até Caravaggio. Devia ser 1986, não tenho certeza. Lembro da sacolinha térmica pendurada no ombro onde levei uma ou duas latas de refrigerante, cuja expectativa em desfrutá-las me acompanhou em todo o trajeto, além de um saco de salgadinho. Dentro da capela, fiquei impressionado e meio chocado com a quantidade de retratos pendurados nas paredes, com as muletas e próteses acumuladas pelos cantos. Era assustador observar os personagens das fotos e os relatos escritos.
Nisso, uma professora ou integrante do santuário, não lembro, contou a história do exorcismo para o grupo de estudantes presentes. Se eu já estava impressionado com o que vira, fiquei gelado com o que ouvira. O relato era tão fiel que não podia ser mentira. Além do mais, havia prova física da presença do diabo: as grades retorcidas da janela!
Relatos de exorcismo geralmente são seguidos de provas imprecisas. Assim como os avistamentos de seres extraterrestres, os relatos trazem uma atmosfera, sinais, possibilidades. Nunca provas reais. No máximo, um borrão. E é assim que se constroem mitos: não revelando as verdades. Melhor, contado uma história verossímil, ou seja, que tem todas as características de verdade, mas que não é verdade; parece, apenas. A ficção está repleta de exemplos de peças que levam os incautos a defenderem seus argumentos. Citemos o caso do livro “O Código Da Vinci” de Dan Brown, onde os leitores invadiam as capelas citadas na obra à procura de pistas descritas nos livros. Ou sabemos de fiéis expectadores noveleiros que agridem o ator que interpreta o vilão da novela no supermercado. Realidade e ficção, e a falta da abstração.
Possuída por um diabo, uma mulher é levada para a capela (a original, não a atual) em Caravaggio para a seção de exorcismo conduzida pelo padre local. Em alguns dias, o diabo é expulso do corpo e foge pela janela de trás da capela, entortando as grades na fuga.
A reconstrução dessa história deriva de depoimentos dos moradores da localidade, conhecida como Cruzeiro, e de participantes do exorcismo, como o Padre Teodoro Portolan e freiras auxiliares no processo. A lenda ainda traz um motivo para que a possessão do demônio seja justificada: o noivo abandonado havia rogado uma praga para o dia do casamento da moça.
O caso aconteceu em 1947. Não havia, naquela época, profissionais gabaritados para uma avaliação psicológica ou conhecimento suficiente que detectasse algum tipo de doença mental. Os relatos citam que a possuída, que teve que ser conduzida por 5 ou 6 homens devido à força sobrenatural da possessão, passou dias dentro da capela, sem dormir ou se alimentar direito, acompanhada pelo padre, auxiliares e suas rezas.
Esta lenda foi transposta para os quadrinhos em função de sua incrível verossimilhança. Ela traz motivos e provas para quase tudo e isso a torna atraente. Além disso, transformei o fato de ter ficado assustado com a história quando criança em motivo para comédia.
Particularmente, acho que o ser humano é suficiente mau para assumir o papel do diabo. Basta abrir um jornal ou acessar conteúdo de sites jornalísticos para constatar as atrocidades que certas pessoas cometem. Mesmo assim, deixei uma ponta aberta na história para que o diabo possa participar, nem que seja como um personagem na cabeça de quem quer acreditar nele. Coloquei uma pista (easter egg) bem discreta sobre o papel do diabo na HQ. Espero que o leitor a encontre. De qualquer forma, na HQ, ele tem um papel importante: abrir e fechar a história.
O fato de ter havido um exorcismo aqui na cidade não poderia passar despercebido. Todo caso de exorcismo traz consigo uma série de elementos emocionais e chocantes que colocam nossa fé à prova. Além disso, o caso é único nesta região. E, claro, oferece a possibilidade de várias interpretações sobre o que realmente aconteceu. Para isso, mantive os elementos centrais da lenda: o motivo, a moça possuída, o padre exorcista, a capela onde ocorre o exorcismo, o processo do exorcismo, as freiras auxiliares, o diabo e a prova da fuga. E acrescentei outros elementos para tornar o enredo mais dinâmico: o desavisado, o coroinha, os colonos. Eles atuam como personagens de apoio para que o enredo se sustente e os diálogos ajudem o leitor a compreender o que cada um dos personagens principais pensa a respeito do acontecimento.
Mas há um ponto de vista interessante: apenas o leitor sabe o que realmente está acontecendo. Ele assiste de camarote o desenrolar dos fatos e, com isso, tento tornar esta “comédia dos erros” mais engraçada.
O fato de que nenhum personagem percebe o que realmente ocorre é a minha crítica. Defendo que ninguém consegue compreender tudo o que está acontecendo, cada um tem a sua visão do que acontece ao seu redor, levando a pensar e a agir de acordo com a própria percepção parcial. E afirmo ainda que as pessoas, de maneira geral, não querem ou não estão dispostas a buscar a compreensão dos acontecimentos. Se o ser humano é limitado em sua percepção, e percebe esta limitação, não seria seu dever, por instinto humano, buscar a compreensão?
Não se pode acreditar na certeza. É preciso duvidar sempre e pesquisar por conta própria para encontrar a verdade. Ou mais dúvidas. Ou outras possibilidades de compreensão.
O leitor vai confiar nos fatos ou na fé? É preciso acreditar nessa história de exorcismo? A fé em Deus ignora ou inclui a crença no diabo? São histórias que envolvem mistério e fé, não é mesmo? Esta é a essência da HQ.
A adaptação da história leva em conta cada elemento da trama e acrescenta outros objetivando a comédia. Além disso, tratei a trama como uma maneira de rir daquilo que me assustou quando garoto. Ou seja, assim como a lenda é repleta de imprecisões, na minha história, nenhum personagem age corretamente, todos se equivocam. Um personagem compreende errado, o outro pega o livro errado, outro lê errado, outro observa errado, outro está no lugar errado na hora errada.
As referências cinematográficas sobre exorcismo também foram utilizadas no intuito de encontrar correspondência no imaginário do leitor. Detalhe: o exorcismo aconteceu em Caravaggio no ano de 1947, mas as referências foram baseadas no filme “O Exorcista” que seria lançado apenas em 1973.
Interior da capela ex-votos antes da reforma. Créditos: Porthus Junior |
Relatos de exorcismo geralmente são seguidos de provas imprecisas. Assim como os avistamentos de seres extraterrestres, os relatos trazem uma atmosfera, sinais, possibilidades. Nunca provas reais. No máximo, um borrão. E é assim que se constroem mitos: não revelando as verdades. Melhor, contado uma história verossímil, ou seja, que tem todas as características de verdade, mas que não é verdade; parece, apenas. A ficção está repleta de exemplos de peças que levam os incautos a defenderem seus argumentos. Citemos o caso do livro “O Código Da Vinci” de Dan Brown, onde os leitores invadiam as capelas citadas na obra à procura de pistas descritas nos livros. Ou sabemos de fiéis expectadores noveleiros que agridem o ator que interpreta o vilão da novela no supermercado. Realidade e ficção, e a falta da abstração.
Matéria do Jornal Textando |
Trecho do livro "Por uma graça alcançada" de Vitor Tonollier |
Trecho do livro "Caravaggio: cinquenta anos de trabalho e fé!" de Ivone Foletto Vendrúsculo |
A lenda do exorcismo
Possuída por um diabo, uma mulher é levada para a capela (a original, não a atual) em Caravaggio para a seção de exorcismo conduzida pelo padre local. Em alguns dias, o diabo é expulso do corpo e foge pela janela de trás da capela, entortando as grades na fuga.
A reconstrução dessa história deriva de depoimentos dos moradores da localidade, conhecida como Cruzeiro, e de participantes do exorcismo, como o Padre Teodoro Portolan e freiras auxiliares no processo. A lenda ainda traz um motivo para que a possessão do demônio seja justificada: o noivo abandonado havia rogado uma praga para o dia do casamento da moça.
O caso aconteceu em 1947. Não havia, naquela época, profissionais gabaritados para uma avaliação psicológica ou conhecimento suficiente que detectasse algum tipo de doença mental. Os relatos citam que a possuída, que teve que ser conduzida por 5 ou 6 homens devido à força sobrenatural da possessão, passou dias dentro da capela, sem dormir ou se alimentar direito, acompanhada pelo padre, auxiliares e suas rezas.
A adaptação para os quadrinhos
Esta lenda foi transposta para os quadrinhos em função de sua incrível verossimilhança. Ela traz motivos e provas para quase tudo e isso a torna atraente. Além disso, transformei o fato de ter ficado assustado com a história quando criança em motivo para comédia.
Particularmente, acho que o ser humano é suficiente mau para assumir o papel do diabo. Basta abrir um jornal ou acessar conteúdo de sites jornalísticos para constatar as atrocidades que certas pessoas cometem. Mesmo assim, deixei uma ponta aberta na história para que o diabo possa participar, nem que seja como um personagem na cabeça de quem quer acreditar nele. Coloquei uma pista (easter egg) bem discreta sobre o papel do diabo na HQ. Espero que o leitor a encontre. De qualquer forma, na HQ, ele tem um papel importante: abrir e fechar a história.
O fato de ter havido um exorcismo aqui na cidade não poderia passar despercebido. Todo caso de exorcismo traz consigo uma série de elementos emocionais e chocantes que colocam nossa fé à prova. Além disso, o caso é único nesta região. E, claro, oferece a possibilidade de várias interpretações sobre o que realmente aconteceu. Para isso, mantive os elementos centrais da lenda: o motivo, a moça possuída, o padre exorcista, a capela onde ocorre o exorcismo, o processo do exorcismo, as freiras auxiliares, o diabo e a prova da fuga. E acrescentei outros elementos para tornar o enredo mais dinâmico: o desavisado, o coroinha, os colonos. Eles atuam como personagens de apoio para que o enredo se sustente e os diálogos ajudem o leitor a compreender o que cada um dos personagens principais pensa a respeito do acontecimento.
Mas há um ponto de vista interessante: apenas o leitor sabe o que realmente está acontecendo. Ele assiste de camarote o desenrolar dos fatos e, com isso, tento tornar esta “comédia dos erros” mais engraçada.
O fato de que nenhum personagem percebe o que realmente ocorre é a minha crítica. Defendo que ninguém consegue compreender tudo o que está acontecendo, cada um tem a sua visão do que acontece ao seu redor, levando a pensar e a agir de acordo com a própria percepção parcial. E afirmo ainda que as pessoas, de maneira geral, não querem ou não estão dispostas a buscar a compreensão dos acontecimentos. Se o ser humano é limitado em sua percepção, e percebe esta limitação, não seria seu dever, por instinto humano, buscar a compreensão?
Não se pode acreditar na certeza. É preciso duvidar sempre e pesquisar por conta própria para encontrar a verdade. Ou mais dúvidas. Ou outras possibilidades de compreensão.
O leitor vai confiar nos fatos ou na fé? É preciso acreditar nessa história de exorcismo? A fé em Deus ignora ou inclui a crença no diabo? São histórias que envolvem mistério e fé, não é mesmo? Esta é a essência da HQ.
A adaptação da história leva em conta cada elemento da trama e acrescenta outros objetivando a comédia. Além disso, tratei a trama como uma maneira de rir daquilo que me assustou quando garoto. Ou seja, assim como a lenda é repleta de imprecisões, na minha história, nenhum personagem age corretamente, todos se equivocam. Um personagem compreende errado, o outro pega o livro errado, outro lê errado, outro observa errado, outro está no lugar errado na hora errada.
As referências cinematográficas sobre exorcismo também foram utilizadas no intuito de encontrar correspondência no imaginário do leitor. Detalhe: o exorcismo aconteceu em Caravaggio no ano de 1947, mas as referências foram baseadas no filme “O Exorcista” que seria lançado apenas em 1973.
Cartaz do filme "O Exorcista" |
Cena do filme: Personagem escada (à direita) assume o ponto de vista do expectador. |
Apenas um personagem age de acordo com o seu papel: o diabo! A única coisa que é incerta da lenda é a certeza desta história. O diabo volta ao final para dar sequência ao seu plano maldito. O mal nunca termina, ele apenas segue o seu curso.
segunda-feira, 2 de setembro de 2019
Visita à escola Antônio Avelino Boff, em Fazenda Souza, Caxias do Sul
No dia 22 de agosto, visitei a escola estadual de ensino médio Antônio Avelino Boff a convite da diretora e demais professores para conversar com os alunos sobre histórias em quadrinhos.
A recepção foi coisa de outro mundo. O pessoal me recebeu com música e me deixou encabulado, pois não é do meu feitio ser holofote. Mas fiquei muito feliz e dificilmente me esquecerei desta recepção. Era um dia frio, até usava touca, e o pessoal tava de vestidinho, roupas leves... espero que não tenham se gripado. Com as roupas deles, naquele dia, eu teria uma pneumonia. O mural teve até caricatura. De qualquer forma, esta recepção me pegou de surpresa. Não esperava ter minha presença tão valorizada. E cada vez mais confirma a percepção e o sentimento bom que tenho todas as vezes que visito uma escola como convidado: é sempre um ambiente alegre, pra cima, pessoas felizes e abertas a ouvirem. Adoro visitar as escolas e sempre saio delas mais alegre do que entrei.
Conversei com uns 100 alunos entre as duas palestras da manhã e tarde, expliquei o processo de criação de uma história em quadrinhos, mostrei meu portfólio e deixei algumas mensagens para aprimorar o talento dos alunos que foi exposto nas paredes, principalmente sobre a criatividade.
Mural de recepção com caricatura, livro e a foto do fundador da escola acima: perfeito! |
Um dia é da caça... |
Comitiva da escola para a recepção e representantes das etnias alemã, italiana e africana. |
Painel com expressões típicas italianas e retratos desenhados pelos alunos. |
Painel com expressões típicas italianas e mais retratos. |
Mural com a produção de quadrinhos. |
Imagino que pelo contato mais frequente desta geração com imagens, a produção criativa de peças gráficas tem ficado mais significativa e de maior conteúdo humorístico. As histórias em quadrinhos que os alunos produziram apresentam elementos da linguagem dos quadrinhos muito bem trabalhados e aplicados com qualidade.
Aulas de desenho com elementos típicos dos imigrantes. |
Frutos da imigração: produtos plantados pelas famílias dos alunos. |
Palestra para a turma da manhã. |
Palestra para a turma da tarde. |
Recebi um mimo da italianinha. |
Caloroso acolhimento e aquele "bem" estrategicamente posicionado acima do meu ombro direito. |
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
A origem das igrejas
O enredo que envolve a origem destas duas igrejas na cidade de Farroupilha é digno de um filme, de um livro ou mesmo de uma história em quadrinhos que trate de mistério e fé! Sem dúvida, é a MAIOR TRETA da história de Farroupilha!
O ano era 2008 (acho) e eu fui dormir na casa dos meus pais, que haviam ido à praia. Meus avós, que moravam a uns 20 metros da casa, me convidaram para jantar na casa deles. Na primeira noite, após o jantar, meu avô inventou de contar suas histórias de infância e sobre sua vida em Farroupilha. Na segunda noite, levei um gravador para o jantar. Até hoje tenho gravadas 2 fitas K7 com os contos e piadas na voz dele, com as palavras dele.
Uma destas histórias tratava do imbróglio entre a origem da igreja Matriz e da igreja do bairro Santa Rita. Na época, eu era um ignorante absoluto sobre a história da cidade, e achei que era lorota do vô pra cima de mim. Não podia ser verdade. Uma história cheia de revezes, de jogos, de brigas e de mistério, tão interessante, não poderia ter acontecido a metros de onde estávamos. Mas o que ele contou não apenas era verdade e, ao pesquisar, descobri que os detalhes da história batiam perfeitamente.
O ano era 2008 (acho) e eu fui dormir na casa dos meus pais, que haviam ido à praia. Meus avós, que moravam a uns 20 metros da casa, me convidaram para jantar na casa deles. Na primeira noite, após o jantar, meu avô inventou de contar suas histórias de infância e sobre sua vida em Farroupilha. Na segunda noite, levei um gravador para o jantar. Até hoje tenho gravadas 2 fitas K7 com os contos e piadas na voz dele, com as palavras dele.
O vô e eu |
Uma destas histórias tratava do imbróglio entre a origem da igreja Matriz e da igreja do bairro Santa Rita. Na época, eu era um ignorante absoluto sobre a história da cidade, e achei que era lorota do vô pra cima de mim. Não podia ser verdade. Uma história cheia de revezes, de jogos, de brigas e de mistério, tão interessante, não poderia ter acontecido a metros de onde estávamos. Mas o que ele contou não apenas era verdade e, ao pesquisar, descobri que os detalhes da história batiam perfeitamente.
Esta história também foi relatada pela Alice Gasperin, no livro Farroupilha: ex-colônia particular Sertorina (1989), nas páginas 155 a 160.
Assinar:
Postagens (Atom)