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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Menegatto: a pedra da lua

Trocando ideias e livros com o Ernani
Estive em Bento Gonçalves para trocar uma ideia com o Ernani Cousandier, um grande artista de quadrinhos. Além de trocar ideias sobre narrativas visuais, sobre a produção de HQs, trocamos também nossos livros mais recentes. Desta vez, o Ernani lança uma HQ exclusiva do Menegatto. São cento e dez páginas de um ótimo roteiro, um jogo de cores muito inteligente e um personagem marcante. Em um livro onde todos os personagens roubam algo, o autor rouba a cena com seus cenários aquarelados. A história trata dos pedaços de uma pedra trazida da lua que foi quebrada em uns cento e poucos pedaços e distribuídos pelo governo norte-americano como presente para vários países, incluindo o Brasil. Por aqui, a pedra acabou esquecida em um museu em Bagé. Até se descobrir que a pedra valia milhões de dólares... A história é real e é a base do argumento da história do Menegatto. 


Em 2014, o Ernani já havia lançado seu primeiro livro de quadrinhos com vários personagens como o Valter, a dupla Tchê e Tchó e mais um furto do Menegatto. Segue capa abaixo.


Para conhecer o artista, acesse:
www.ernanicousandier.com.br


terça-feira, 19 de abril de 2016

Oficinas de Quadrinhos para professores

Oficina ministrada no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Farroupilha
Durante a 30ª Feira do Livro de Farroupilha, ministrei 5 Oficinas de Criação de HQs para 229 professores da rede de ensino municipal. O propósito da oficina era apresentar a metodologia de construção de uma tira com os alunos e o uso das HQs em sala de aula. Acho importantíssimo alimentar o professor com conceitos da linguagem dos quadrinhos para potencializar a aprendizagem em sala de aula.

30ª Feira do Livro de Farroupilha

Secretaria da Educação, Escritor Homenageado, Patrono e o Prefeito Municipal. Foto: Edimilson Arruda
Fiquei surpreso e muito feliz em ser convidado para o posto de Patrono da 30ª Feira do Livro de Farroupilha. No dia 26 de setembro de 2015, atendendo a um convite do Prefeito Municipal, Sr. Claiton Gonçalves, fui recebido na sala do prefeito juntamente com o Sr. Raul Pedro Tartarotti e a Secretaria da Educação, Sra. Elaine Giuliato, para o convite.

Eu e o escritor homenageado, Sr. Raul Pedro Tartarotti no lançamento do livro dele durante a 30ª Feira do Livro de Farroupilha
Fiz amizade com o seu Raul Pedro Tartarotti que é o escritor homenageado do evento. Seu Raul é autor do livro Farroupilha: a história de uma cidade, onde ele apresenta relato da origem do município, os primeiros moradores da vila, o processo de emancipação, bem como as primeiras empresas, clubes e fatos importantes. Junto com ele, visitei 22 escolas no município convidando alunos e professores para participarem da feira.

Capa do livro do Sr. Raul Tartarotti: fundamental importância para conhecer a cidade de Farroupilha
Houve sessão de autógrafos do Assim na Serra como no Céu durante a feira. É muito legal e gratificante quando uma criança se aproxima com o livro na mão e pede, assim, meio tímida, que eu assine. Seja de que forma for, o objetivo é o estímulo à leitura.



segunda-feira, 11 de abril de 2016

A Comédia de Dante Alighieri e o discurso interliterário

Virgílio e Dante no Inferno - Ilustração de Gustave Doré

Um recurso que utilizei na produção do roteiro de “Assim na Serra como no Céu: a chegada dos imigrantes” e na concepção geral da obra é o uso discreto de referências de uma grande obra da literatura com o objetivo de ampliar o significado e qualificar a leitura. Evidentemente, pego carona no poema épico “A Comédia” de Dante Alighieri pela semelhança discreta do meu enredo com o maior clássico da literatura italiana. Este recurso, que não deve ser reduzido ao conceito de easter eggs, potencializa simbolicamente a leitura dos quadrinhos. 

Para ampliar o entendimento deste “discurso interliterário”, apresento algumas características de sua aplicação:

Sutileza: para que o recurso funcione, ele precisa ser discreto e trabalhado de maneira bastante sutil para que não se torne uma cópia barata de uma obra maior. Muitos filmes de comédia pastelão roliudiana usam este recurso de forma exagerada e condicionando a compreensão da piada ao prévio conhecimento dos filmes originais (geralmente blockbusters). Na HQ, fiz questão de adaptar o último verso do poema da Comédia de Dante à fala do personagem principal no último quadrinho da história.

Último quadrinho da história remete ao último verso de Dante

Pistas: durante a obra, seja no roteiro ou nas ilustrações, pequenas pistas são adicionadas para que a ligação torne-se evidente. É preciso saber dosar a quantidade de pistas para que apenas o leitor mais qualificado perceba. Em alguns momentos, se coloca a pista lá, de forma clara, como se o livro dissesse: “este é o ponto de partida da ligação, mantenha esta obra em mente e você encontrará mais relações”. É o conhecimento do leitor em relação à obra maior que o conduzirá para as demais pistas e as várias relações entre as leituras. 

No exemplo abaixo, a citação do personagem refere-se ao texto escrito acima dos portões do inferno na obra de Dante.

Marinheiro recebe os imigrantes para a viagem até o Brasil

Relação: pressupõe que a obra criada possua algo substancial em relação à obra maior. Adicionar uma única pista de uma determinada obra por simples ocasião ou porque acrescentaria comédia (ou drama...) ao roteiro, muitas vezes reduz a obra criada e o propósito do uso da relação. Esta relação interliterária deve ser mais profunda, devendo levar em consideração o conceito da obra original e suas particularidades. 

Vamos às relações principais:
Relação (ponte)
A Comédia
Dante Alighieri
Assim na Serra como no Céu:
A chegada dos imigrantes
“Comédia”
Na época em que Dante escreveu o poema, os textos eram separados em Comédias (histórias com finais felizes) e Tragédias.
A história termina com final feliz para o principal casal de imigrantes da trama.
Itália
Considerado o maior clássico da literatura italiana.
A jornada dos imigrantes é contada em prosa e verso na Serra Gaúcha.
Número 3
O poema é dividido em 3 partes: Inferno, Purgatório e Paraíso.

Poemas em terceto, que remete à Santíssima trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

Apresenta 3 personagens principais: Dante Alighieri, o poeta Virgílio e Beatriz, musa de Dante.
A analogia é feita com as três partes da jornada: Itália, viagem e Serra Gaúcha.





Apresenta 3 famílias de imigrantes principais: Sperafico, Radaelli e Crippa.
Enredo
Uma história de amor: Dante enfrenta uma grande jornada por causa de Beatriz.
Uma história de amor: um imigrante italiano enfrenta uma grande jornada por causa de sua mulher.  

Além disso, há inúmeras outras coincidências entre os problemas enfrentados pelos imigrantes que são os mesmos que Dante e Virgílio encontram nesta jornada. Um exemplo é a conclusão de que o caminho para o Paraíso é apontado por quatro estrelas (Cruzeiro do Sul) dando a entender que sua localização fica ao sul da Linha do Equador. Para os imigrantes italianos, uma nova vida também se localizava ao sul do Equador. Ofereço ao leitor curioso a oportunidade de encontrar as outras pequenas coincidências. Esta tarefa remete ao próximo item do processo de construção. 

Pista direta

Busca: na medida em que o leitor mais qualificado percebe que as ligações estão se tornando frequentes, convém que ele busque rever a obra maior para estabelecer as relações mais especificas. Esta busca leva à relação, e da relação se chega à reflexão. Ao chegar neste ponto, o leitor atingiu um nível de interpretação e aproveitamento da leitura que considero ótimo. 

Quadrinhos e o incentivo à leitura



Foi com grande surpresa que recebi o convite para ser o Patrono da 30ª Feira do Livro (edição 2015) de minha cidade. Jamais imaginei que algum artista de quadrinhos fosse convidado para tal posto. Jamais imaginei que eu seria convidado. Enfim, sejam quadrinhos ou literatura, o que importa são os esforços direcionados ao incentivo à leitura. Convite aceito, com enorme prazer!

sábado, 9 de abril de 2016

Almanaque do Paesinho

Semanas antes de ministrar a Oficina de Quadrinhos para a EMEF Carlos Paese, um incêndio destruiu a biblioteca e o laboratório de informática da escola. Depois de ver o tamanho do estrago causado, achei que poderia contribuir com a escola criando uma HQ cuja venda arrecadasse fundos.

Incêndio na EMEF Carlos Paese em setembro de 2015

Propus à diretora da escola a ideia de uma HQ com personagem que desenvolvi no dia anterior à visita. O personagem era um menino na idade dos alunos da escola que deveria inspirar as crianças a fazer alguma coisa pra ajudar na reconstrução. A ideia era utilizar a criatividade das crianças para que eles percebessem que podem mudar o meio em que vivem. Com criatividade, claro. E a HQ foi a oportunidade.
 
Rafe de uma tirinha do personagem 

Mas o menino tinha um problema: havia fogo no lugar do cabelo. E esse probleminha trazia para o menino uma série de dificuldades no cotidiano. Esse era o mote do personagem. O princípio da construção deste personagem é de apresentar um exemplo de criança que possui problemas como todos têm e que precisa aprender a resolvê-los. Para a história da escola, desenvolvi a ideia de que o menino, por um descuido, havia causado o incêndio. E deveria propor algo para consertar. Nomeei provisoriamente o personagem de “Chaminha” já sabendo que os alunos é que deveriam escolher um nome com seus próprios critérios.

Esboço do personagem

Assim que a diretora aceitou a proposta, criei um documento-guia para os professores entenderem o processo de produção da revista, pois a criação das histórias deveria acontecer em sala de aula. E o professor era a peça-chave na construção dos trabalhos dos alunos. 

Documento-guia com instruções do processo de produção da HQ

Considerando que nem todo aluno saberia desenhar, acrescentei uma seção para recortar e montar com diversas partes do corpo do personagem. Isso incluiria todos os alunos que não se sentissem bem desenhando. Para os que gostariam de desenhar, não haveria problema.


Model-kit do personagem para os alunos que não sabem ou não querem desenhar

Depois de prontos os trabalhos, eu recolhi as histórias, escanerizei todas elas e montei uma revista em quadrinhos. O pessoal da Secretaria da Educação estava encarregado de imprimir as revistas para que a escola as vendesse. Aliás, o pessoal da Secretaria da Educação esteve sempre à disposição deste projeto e contribuiu muito para que ele acontecesse. 

Assim, desenvolvi a primeira história da revistinha para introduzir o conceito das historinhas criadas pelos alunos e criei a ilustração da capa. Os alunos batizaram o personagem de Paesinho, em homenagem à escola. Só que o plano ganhou proporções bem maiores que o planejado.

Almanaque do Paesinho - Nº 1
Almanaque do Paesinho - Nº 2

Em primeiro lugar, os professores desenvolveram muitas histórias e muitos alunos participaram. Ao todo, 111 alunos construíram histórias e 7 professores orientaram os trabalhos. Com 54 histórias, não foi possível criar apenas uma revista, pois ela ficaria muito cara para imprimir. A solução foi criar duas revistas que foram separadas pela idade dos alunos. Com uma quantidade menor de páginas, o custo de impressão ficava menor e proporcionaria uma margem melhor para arrecadação na venda.




Em segundo lugar, o pessoal da Secretaria da Educação conseguiu, através de contato do prefeito, que as revistas fossem impressas gratuitamente pela gráfica do Estado do RS, a CORAG. Sem custo de impressão, a revista poderia arrecadar uma verba maior.


Eu e as meninas da Secretaria da Educação: Silvia (E) e Angela (D)

Secretária da Educação, Elaine Giuliatto, no lançamento do Almanaque 

Prefeito Claiton Gonçalves no lançamento do Almanaque do Paesinho

Resumindo: um projeto simples que eu elaborei num intervalo do trabalho, contou com o apoio da Secretaria da Educação, foi aprovado pela diretora da escola, os profes compraram a ideia, os alunos se divertiram criando historinhas e aprendendo, chegou até o prefeito que conseguiu a impressão gratuita na gráfica do estado e culminou no lançamento na 30ª Feira do Livro de Farroupilha.

Eu e os pequenos autores no lançamento do Almanaque do Paesinho 

Oficinas de Quadrinhos - Parte 2

Apresento algumas fotos das escolas com a Oficina de Quadrinhos em outubro de 2015. No total, foram 8 escolas e na correria entre uma escola e outra, acabei esquecendo de tirar a foto com algumas turmas. Foram visitadas as escolas EMEF Santa Cruz, EMEF Primeiro de Maio, EMEF Angelo Venzon Neto, EMEF Nova Sardenha, EMEF Carlos Paese, EMEF Nossa Senhora de Caravaggio, EMEF Cinquentenário e EMEF Ilza Molina Martins.

EMEF Angelo Venzon Neto
EMEF Nossa Senhora de Caravaggio
EMEF Carlos Paese
EMEF Cinquentenário
EMEF Nova Sardenha
EMEF Primeiro de Maio




Oficina de Quadrinhos

No plano de divulgação da obra, apresentei uma Oficina de Quadrinhos para 8 escolas do município. Com duração de aproximadamente uma hora e meia, a oficina é dividida em duas partes. Na primeira, apresento o processo de produção de uma obra em quadrinhos tendo como exemplo o livro Assim na Serra. Na segunda, proponho a construção coletiva de uma tirinha no quadro e, na sequência, os alunos produzem a sua própria tirinha com meu acompanhamento e do professor.

Oficina de Quadrinhos na EMEF Angelo Venzon Neto

Parte I – Como se faz uma história em quadrinhos

Nesta primeira etapa, apresento meu processo de produção de histórias em quadrinhos. Gosto de levar material de trabalho como ilustrações, páginas arte-finalizadas, canetas utilizadas, rascunhos para que os alunos conheçam de perto a produção. Além disso, mostro por meio do datashow, imagens do processo criativo. 

Datashow com as etapas de produção de uma história em quadrinhos

Alunos manuseando o material utilizado na produção da obra

Parte II – Criando uma tirinha com a turma

Na segunda etapa, começo apresentando uma tirinha de 3 quadros e explicando como funciona o humor nestes 3 tempos. Basicamente: (1) Apresentação do personagem e do problema; (2) Situação e (3) Quebra da expectativa do leitor – onde ocorre o fechamento da piada.

Etapas básicas de uma tirinha de 3 tempos

Depois, os alunos e eu desenvolvemos uma tirinha de construção coletiva no quadro. Enquanto desenho, vou pedindo sugestões de personagens, de situações, de problemas, para transformar em piada. Sempre levando em consideração a realidade do aluno, com os problemas que ele enfrenta no dia-a-dia. A construção de cada quadrinho é discutida com a turma, debatendo sugestões, ideias e votando quando não há unanimidade. Nenhuma ideia é descartada ou desprezada. Sempre se incentiva a produção de ideias sem se preocupar com a qualidade, mas sim com a quantidade.

Tirinha criada coletivamente com os alunos da EMEF Nossa Senhora de Caravaggio

Tirinha criada coletivamente com os alunos da EMEF Ilza Molina Martins

Após a conclusão da tirinha no quadro, é a vez do aluno produzir a sua própria tira. Contando com a ajuda do professor, é feito o acompanhamento individual da produção do aluno.


Acompanhamento da produção dos alunos

História criada por um aluno da EMEF Primeiro de Maio

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Assim na Serra na mídia

Divulgação da obra por veículos de comunicação locais.

Jornal O Informante 18/09/15

Jornal O Informante 18/09/15

Jornal O Farroupilha 18/09/15

Jornal Correio Riograndense 30/09/15

Jornal Folha de Caxias 01/10/15

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Lançamento na Feira do Livro de Caxias do Sul

No dia 3 de outubro, lancei o livro em Caxias do Sul, numa tarde bastante fria e muito acolhedora. Recebi familiares, amigos, colegas, alunos, ex-alunos e a comunidade. Mais uma experiência legal lançar um livro em uma feira grandiosa como a de Caxias.





Lançamento do livro em Farroupilha

Então inventei de fazer o lançamento do livro em quadrinhos na Casa de Cultura de Farroupilha. Na noite de 22 de setembro, recebi familiares, amigos e a comunidade para confraternizar o resultado de um ano e meio de trabalho puxado. Fiquei feliz que a casa lotou nas duas horas de encontro com o pessoal. Deixo aqui meu agradecimento todo especial aos amigos da Casa de Cultura que ajudaram nos preparativos para este singelo evento. E, claro, a minha família pelo suporte nos bastidores. Abaixo apresento algumas fotos daquela memorável noite. 

Lançamento do livro na Casa de Cultura em Farroupilha - Foto: Roque Jr.

Lançamento do livro na Casa de Cultura em Farroupilha - Foto: Roque Jr.