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sábado, 9 de abril de 2016

Almanaque do Paesinho

Semanas antes de ministrar a Oficina de Quadrinhos para a EMEF Carlos Paese, um incêndio destruiu a biblioteca e o laboratório de informática da escola. Depois de ver o tamanho do estrago causado, achei que poderia contribuir com a escola criando uma HQ cuja venda arrecadasse fundos.

Incêndio na EMEF Carlos Paese em setembro de 2015

Propus à diretora da escola a ideia de uma HQ com personagem que desenvolvi no dia anterior à visita. O personagem era um menino na idade dos alunos da escola que deveria inspirar as crianças a fazer alguma coisa pra ajudar na reconstrução. A ideia era utilizar a criatividade das crianças para que eles percebessem que podem mudar o meio em que vivem. Com criatividade, claro. E a HQ foi a oportunidade.
 
Rafe de uma tirinha do personagem 

Mas o menino tinha um problema: havia fogo no lugar do cabelo. E esse probleminha trazia para o menino uma série de dificuldades no cotidiano. Esse era o mote do personagem. O princípio da construção deste personagem é de apresentar um exemplo de criança que possui problemas como todos têm e que precisa aprender a resolvê-los. Para a história da escola, desenvolvi a ideia de que o menino, por um descuido, havia causado o incêndio. E deveria propor algo para consertar. Nomeei provisoriamente o personagem de “Chaminha” já sabendo que os alunos é que deveriam escolher um nome com seus próprios critérios.

Esboço do personagem

Assim que a diretora aceitou a proposta, criei um documento-guia para os professores entenderem o processo de produção da revista, pois a criação das histórias deveria acontecer em sala de aula. E o professor era a peça-chave na construção dos trabalhos dos alunos. 

Documento-guia com instruções do processo de produção da HQ

Considerando que nem todo aluno saberia desenhar, acrescentei uma seção para recortar e montar com diversas partes do corpo do personagem. Isso incluiria todos os alunos que não se sentissem bem desenhando. Para os que gostariam de desenhar, não haveria problema.


Model-kit do personagem para os alunos que não sabem ou não querem desenhar

Depois de prontos os trabalhos, eu recolhi as histórias, escanerizei todas elas e montei uma revista em quadrinhos. O pessoal da Secretaria da Educação estava encarregado de imprimir as revistas para que a escola as vendesse. Aliás, o pessoal da Secretaria da Educação esteve sempre à disposição deste projeto e contribuiu muito para que ele acontecesse. 

Assim, desenvolvi a primeira história da revistinha para introduzir o conceito das historinhas criadas pelos alunos e criei a ilustração da capa. Os alunos batizaram o personagem de Paesinho, em homenagem à escola. Só que o plano ganhou proporções bem maiores que o planejado.

Almanaque do Paesinho - Nº 1
Almanaque do Paesinho - Nº 2

Em primeiro lugar, os professores desenvolveram muitas histórias e muitos alunos participaram. Ao todo, 111 alunos construíram histórias e 7 professores orientaram os trabalhos. Com 54 histórias, não foi possível criar apenas uma revista, pois ela ficaria muito cara para imprimir. A solução foi criar duas revistas que foram separadas pela idade dos alunos. Com uma quantidade menor de páginas, o custo de impressão ficava menor e proporcionaria uma margem melhor para arrecadação na venda.




Em segundo lugar, o pessoal da Secretaria da Educação conseguiu, através de contato do prefeito, que as revistas fossem impressas gratuitamente pela gráfica do Estado do RS, a CORAG. Sem custo de impressão, a revista poderia arrecadar uma verba maior.


Eu e as meninas da Secretaria da Educação: Silvia (E) e Angela (D)

Secretária da Educação, Elaine Giuliatto, no lançamento do Almanaque 

Prefeito Claiton Gonçalves no lançamento do Almanaque do Paesinho

Resumindo: um projeto simples que eu elaborei num intervalo do trabalho, contou com o apoio da Secretaria da Educação, foi aprovado pela diretora da escola, os profes compraram a ideia, os alunos se divertiram criando historinhas e aprendendo, chegou até o prefeito que conseguiu a impressão gratuita na gráfica do estado e culminou no lançamento na 30ª Feira do Livro de Farroupilha.

Eu e os pequenos autores no lançamento do Almanaque do Paesinho 

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